Bridge over troubled water

Gostava de poder voltar atrás no tempo, não para mudar coisas, o que é, é o que tem de ser, mas sim para verificar se, de facto, alguma vez foste a amiga que eu imagino, que eu admiro ou se é tudo da minha cabeça. Porque agora e desde há uns bons tempos tu não és a pessoa que eu esperava que fosses... as tuas prioridades estão completamente descoordenadas das minhas, as pessoas tornaram-se absolutamente substituíveis para ti, especialmente eu. Já nem sei se é por eu tentar demais, de alguma forma procuro sempre a tua atenção, a tua aprovação, porque não é algo que o faças naturalmente. Mas não costumava ser assim, pois não?

Não posso deixar de admirar a tua aptidão social, é incrível mesmo, és aquela pessoa que toda a gente adora e ninguém percebe bem porquê. Há uns anos atrás eu podia dizer-te exactamente o que fazia de ti a melhor, a melhor pessoa, mas agora? Se me perguntarem eu não tenho nada a dizer. Convenço-me que te procuro, porque me fazes falta, mas uma pessoa a quem eu não faço falta dificilmente me faz falta a mim. Por isso, acho que se trata do medo de ficar sozinha, da rejeição. Contudo, está na hora de olhar por mim... está na hora de seguir o meu caminho sem olhar para trás para ver se vens também, porque tu não o fazes por mim e já nem dás conta, pois de alguma forma crescemos de forma diferente e eu tornei-me dispensável, eu mais do que todos.

Obrigada por tudo, em tempos foste a melhor ajuda de sempre mesmo e, como sei que a nossa amizade dificilmente sobrevive ao ano que vem, quero agradecer-te agora para me poder lembrar que um dia foste importante.